terça-feira, 21 de janeiro de 2014

As Chances São Melhores para Aqueles Que Planejam


Para começar...

Conta-se que em certa ocasião um velho contador de histórias percorria uma aldeia do interior do Japão, quando avistou uma escola onde se ensinava a arte samurai. Cansado da jornada daquele dia e faminto, desejava poder encontrar um lugar seguro onde pudesse passar a noite e receber uma porção de arroz para saciar sua fome.

Conhecendo o costume do local, sabia que poderia obter aquilo de que necessitava se desafiasse algum dos alunos da escola para um duelo, cuja competição seria feita usando espadas de madeira. Era mais um hábito local que não costumava resultar em consequências graves para os desafiantes.

Olhando por alguns momentos para o Dojo onde estavam reunidos o mestre e seus discípulos, o velho rapidamente elaborou um plano. Desafiaria para o combate o experiente samurai, em vez de um de seus pupilos. Também exigiria que o combate fosse travado com espadas de aço, em vez usar armas de madeira.

Assim pensando, aproximou-se da academia, onde foi recepcionado por um dos alunos, que lhe perguntou o que poderia fazer por ele.

_ Vim aqui para desafiar seu mestre para um combate com espadas, replicou o velho.

_ Porque não desafia um dos alunos iniciantes?

_ Não. Pretendo travar um combate com espadas de verdade.

Assim dizendo, o jovem não viu alternativa, senão comunicar ao mestre o desejo do visitante.

Diga-lhe que aceito seu desafio, falou o samurai ao seu aluno.

Finalmente, quando todos estavam reunidos para assistir a luta e seus olhares pasmos denunciavam a expectativa de um final trágico para o combate, ambos os oponentes se posicionaram para dar início ao duelo com suas espadas. Foi nesse momento que o velho se aproximou do oponente, colocou a sua espada no chão e disse ao samurai:

_ Há, num país distante daqui, um rio mágico. Nele vive um peixe que viaja por lugares distantes, onde os seres falam e lhe contam fatos que seus olhos jamais sonhariam ver. As coisas que lhe são ditas, por sua vez, ele narra a um homem que vive numa cabana às margens do rio encantado, que por sua vez fica sabendo dos hábitos inusitados dos moradores desses lugares fantásticos. Esse viajante dos rios contou ao ribeirinho, entre outras coisas, como um guerreiro de uma tribo indígena enfureceu os deuses com seu desprezo pelos homens e pelas divindades. O guerreiro não perdia a oportunidade de exercer violência contra pessoas e animais, apenas com o fim de provar sua superioridade. E essas atitudes foram a razão de ter sido transformado em um peixe que vive no grande rio do Ocidente.

Nesse ponto da narrativa, o samurai estava completamente absorto pelos fatos que ouvia e, sem se dar conta, mantinha a guarda totalmente aberta, ficando vulnerável a um golpe fatal, caso se tratasse de um verdadeiro combate.

Ao se dar conta do que havia acontecido, o samurai olhou para seus alunos e disse:

_ Prepare tudo aquilo de que esse homem necessitar para que sua estada seja confortável. Ofereçam-lhe também uma refeição digna de um convidado de honra.

Sem saber ao certo o que passava pela cabeça do samurai, um dos alunos se aproximou e disse:

_ Mestre, seu adversário não desferiu um golpe sequer.

_ Eu sempre disse a vocês que no momento da luta um guerreiro deve estar concentrado no combate, vivendo no momento presente. O meu adversário arrebatou minha atenção com as coisas que me disse, me levando para outros tempos e lugares. Caso estivesse empunhando sua espada, ele poderia ter facilmente desferido um golpe com sua katana contra mim, se quisesse. Além disso, me mostrou que a verdadeira força vem do respeito que os homens demonstram pelos seus semelhantes. Por isso, julgo que ele me venceu.  

    

A Gestão de Conhecimentos e o Planejamento

 

O conceito de “competir” não deixa de causar a impressão de certa dose de belicosidade. E “entrar em concorrência simultânea” é uma das definições presentes no mini dicionário Houaiss para a definição do verbo. Em termos de negócios, equivale à luta simbólica. Uma vitória num seguimento se faz pela capacidade de planejar, pela qualidade dos produtos e serviços oferecidos, pelo atendimento aos clientes, entre outros aspectos. Assim, há vários fatores que devem ser observados para que haja vantagens diante da concorrência.

De acordo com Xavier (1998, p. 8-9), nos dias atuais,

“o conhecimento e a informação são privilegiados geradores de riqueza. Equivalem a ativos como máquinas, dinheiro, prédios, terra, estoques. Mais que isso, é um ativo privilegiado, numa era em que tudo muda rápida e intensamente e os grandes aparatos econômicos de ontem hoje passam a não oferecer nenhum valor estratégico. É na verdade o único ativo que se mantém capaz quando todo o mais entra em crise”.

 

Outras pesquisas recentes têm acentuado que:

 

 “O ambiente de negócios atua em um cenário globalizado, competitivo e amplamente influenciado pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), implicando uma constante adaptação das empresas com relação às manifestações do macroambiente, quais sejam, políticas sociais, econômicas, tecnológicas, entre outras” (VALENTIM org. p. 319).

 

A gestão proativa volta-se para o conhecimento de aspectos relativos a determinado seguimento, além da observação das mudanças que ocorrem no ambiente externo. Nesse contexto, informação e conhecimento constituem os alicerces que possibilitam a gestão. A interpretação do que ocorre no macroambiente permite compreender o modo como tais mudanças afetam as organizações. Mas apenas o acesso ao conhecimento não constitui garantia de sucesso organizacional. O conhecimento de um dado oferece vantagem à organização quando pode ser interpretado. Pode até acontecer que um dado relevante nem mesmo seja percebido como tal, na ausência da possibilidade de interpretação.

A dinâmica da informação percorre três momentos, criando significados, construindo conhecimentos e permitindo a tomada de decisões ao fim do processo. No primeiro caso, consiste em identificar a dinâmica do ambiente e interpretar o seu sentido, visando uma ação. No segundo, combinam-se os conhecimentos tácito e explícito visando à criação de novos conhecimentos. Por fim, os passos referentes aos dois procedimentos iniciais possibilitam a realização do terceiro, ou seja, decidir qual ação será adotada para corrigir ou aprimorar pontos analisados. Esse enfoque recebe o nome de “abordagem holística” ou “ecologia da informação” (op. cit. p. 324).

Os modos como os gestores devem lidar com a informação são variados, podendo envolver “dados quantitativos, fatos, relatórios, até uma argumentação, discussão, etc” (p. 325). Também envolve desde fontes pessoais, como colegas da organização, ou impessoais, como publicações impressas e outros meios, como rádio e televisão.

Dentro do âmbito organizacional, pode-se considerar os diversos tipos de informação, como aquela de natureza estratégica, que destina-se a auxiliar no processo de tomada de decisões e de planejamentos a médio e longo prazo. Além dessas, há as informações de natureza financeira, comercial e também a informação voltada para a gestão de pessoas.

Quantos aos tipos de Fontes, podemos destacar:

Fontes primárias: relatórios produzidos dentro da própria empresa.

Fontes secundárias: enciclopédias, livros, dicionários, anuários etc. As fontes secundárias geralmente são consultadas para organizar a avaliar as fontes primárias.

Fontes terciárias: tem a função de guiar o usuário para as fontes primária e secundária: bibliografias, catálogos coletivos, guias de literatura, etc.

           

Conclusões

 

            Manter fontes de registro bem organizadas pode contribuir em muitos sentidos para a dinâmica de uma organização, pois a informação envolve todos os aspectos internos e externos referentes à mesma, constituindo-se em matéria prima valiosa para inserir mudanças positivas dentro do funcionamento da organização. Podemos concluir que o modo como as organizações lidam com a informação assume um papel central para o desenvolvimento das mesmas frente ao atual cenário comercial, caracterizado pela competitividade e pelo ritmo acelerado em que as transformações acontecem.

 

Bibliografia

 

HOUAISS, Antônio. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

VALENTIM, Marta (org.) Gestão, mediação e uso da informação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

XAVIER, Ricardo de Almeida Prado. Capital intelectual: administração do conhecimento como recurso estratégico para profissionais e organizações. São Paulo: STS, 1998.

 

Fabio Alexandre Pereira – escritor e assessor psicopedagógico.

Contato: e-mail: pfabioalexandre@yahoo.com.br.

 

 

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