segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

A Atenção Necessária às Crianças Diagnosticadas com Síndrome de Down



Descrita, inicialmente, no ano de 1886, pelo médico Langdon Down, a Síndrome de Down corresponde a uma condição decorrente de fatores cromossômicos específicos, sendo também denominada trissomia 21. Algumas das características físicas percebidas nesse caso podem ocorrer também em parte da população (5%) não diagnosticada com a SD.
É necessário dedicar atenção à pessoa com SD, para auxiliar seu desenvolvimento de modo global, uma vez que essa condição se apresenta juntamente com certas deficiências que podem ser diagnosticadas nos primeiros momentos do desenvolvimento, que envolvem a esfera intelectual, psicomotora e estatural. Nesse sentido, a estimulação precoce é necessária na perspectiva do acompanhamento, da prevenção e do fortalecimento neuropsicomotor. A realização de parcerias entre família, educadores e demais profissionais envolvidos no atendimento da criança é um fator que trará grandes contribuições ao seu desenvolvimento. É importante não fragmentar o olhar necessário aos cuidados dedicados ao desenvolvimento da criança com SD, pois algumas das necessidades podem envolver o espaço do lar, bem como o escolar. Pensemos, por exemplo, no caso da criança diagnosticada com a doença celíaca. Nesse caso, além do acompanhamento médico, um nutricionista ajudaria a elaborar um cardápio necessário para atender as necessidades alimentares da criança. Por outro lado, pensemos nas adequações necessárias ao trabalho pedagógico com crianças diagnosticadas com SD e que apresentem outras condições, como cardiopatia (50%), ou perda auditiva (75%). As necessidades decorrentes desses diagnósticos exigiriam, ainda, o diálogo entre profissionais da saúde e educador físico, envolvidos no trabalho com o educando. Outros profissionais, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais poderiam auxiliar, oferecendo informações relacionadas às condições posturais, bem como ao mobiliário necessário ao atendimento das necessidades da criança em cada situação de aprendizagem. Dentro de uma perspectiva inclusiva, a oferta de atividades diferenciadas poderia ser planejada de modo a beneficiar todos os alunos, em vez de apenas delimitar as atividades das quais a criança com SD poderá participar com a turma (em vista dos riscos de lesões). Também seriam necessárias orientações aos educadores, sobre estratégias pedagógicas capazes de favorecer as condições de ensino e aprendizagem (oferta de materiais específicos, localização do educando em relação aos educadores para favorecer a intervenção, etc).
O atendimento das necessidades decorrentes da diversidade existente no espaço escolar nos leva adotar uma perspectiva inter e multidisciplinar, realizando interações com profissionais de várias especialidades. Uma atitude positiva em relação à diversidade traz várias vantagens, pois favorece a criação de espaços de educação permanente, levando os profissionais a buscarem os saberes necessários ao atendimento de cada criança atendida pela instituição escolar. Ao proporcionar a atenção individualizada necessária, a prática educacional encontra-se com o ideal da sociedade democrática, favorecendo a ampliação das possibilidades de atuação dos educandos no espaço coletivo, quando o sujeito passa a ser percebido dentro das singularidades relacionadas às suas necessidades e potenciais.   



Bibliografia


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.