quarta-feira, 29 de março de 2017

O Projeto GASA (Grupo de Apoio à Sala de Aula) como Exemplo de Atuação Psicopedagógica na Instituição Escolar

Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam como objetivos gerais do ensino fundamental (Brasil, 1997, v. 8), entre outros:

“Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si mesmo o respeito”.

Outras questões que o referido documento ressalta, dizem respeito ao desenvolvimento da capacidade crítica, da responsabilidade, do aprendizado do diálogo como ferramenta de mediação de conflitos e tomada de decisões, do autocuidado e à apropriação do sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, cognitiva, ética, estética, etc (idem). Dessa maneira, o referido documento expressa o ideal educacional almejado.
Por outro lado, pode-se observar que a Constituição da Organização Mundial da Saúde apresenta a seguinte afirmação, que poderíamos compreender como a expressão do ideal de pessoa saudável:

“A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”.

Mais adiante, o referido documento afirma ainda que:

“O desenvolvimento saudável da criança é de importância basilar; a aptidão para viver harmoniosamente num meio variável é essencial a tal desenvolvimento”.

Assim, é possível perceber que as metas da educação e da saúde confluem para um objetivo comum, que é o desenvolvimento do potencial humano e a convivência em sociedade.  
Nesse sentido, as contribuições do profissional de Psicopedagogia à instituição escolar consiste em ações que transitam entre esses dois campos. Aliás, tal prática está prevista já no Artigo 1º do Código de Ética do Psicopedagogo, o qual dispõe:

“A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos”.
  
Dessa maneira, o profissional de Psicopedagogia que atua na instituição escolar tanto propõe ações visando reverter problemas já instalados, por meio dos encaminhamentos que realiza para diferentes profissionais (médicos, assistentes sociais, etc), como também atua preventivamente, executando ações que contribuam para o bom funcionamento individual e coletivo dentro da instituição.

O Início do Projeto GASA (Grupo de Apoio à Sala de Aula)

Como exemplo de atuação psicopedagógica na instituição, podemos mencionar o projeto GASA (Grupo de Apoio à Sala de Aula), o qual nasceu da necessidade de reflexões com os educandos a partir de temas que não estão presentes de modo frequente no dia a dia escolar.
Para a realização da intervenção, a queixa inicial pode partir dos coordenadores pedagógicos, dos próprios professores e até por iniciativa do profissional de psicopedagogia, especialmente nos casos preventivos. Em geral, a intervenção do projeto GASA costuma ser pontual. Nesse caso, frequentemente é o (a) educador (a) que observa a necessidade do desenvolvimento de uma reflexão sobre um tema específico com a turma, o qual pode estar relacionado à convivência, à responsabilidade, aos autocuidados, etc. Após ser definido o tema da intervenção psicopedagógica, bem como o horário mais adequado à reflexão com a turma, o profissional de Psicopedagogia prepara os materiais necessários, planeja sua intervenção e em seguida a realiza.
Além da contribuição promovida junto ao corpo discente, o projeto oferece a oportunidade ainda de fortalecer a cooperação entre psicopedagogos e professores, de modo que a história da parceria entre psicopedagogos institucionais e professores de salas regulares tem apresentado resultados muito positivos na cidade onde atuo como psicopedagogo desde 2008, como funcionário efetivo por meio de concurso público.


Consulta

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. 146 p.  



segunda-feira, 27 de março de 2017

O Teatro Psicopedagógico Como uma Ferramenta Para a Transformação das Relações Interpessoais no Espaço Escolar




Justificativa:
No momento atual, muitas queixas elaboradas ao psicopedagogo estão relacionadas a questões envolvendo a convivência no espaço escolar. Muitos conflitos intrapessoais se manifestam na escola, o que pode oportunizar iniciativas psicopedagógicas que promovam a reflexão nesse espaço, favorecendo a humanização de todos os envolvidos no cotidiano da instituição. Em postagem futura, apresentarei observações relacionadas à discussão do texto e ensaio com os alunos. Estamos dando os primeiros passos no estudo das possibilidades de aplicação do teatro como ferramenta psicopedagógica e estamos conscientes de que este se trata de um trabalho com limitações, como ocorre com todo trabalho em fase inicial. Acreditamos que o tema poderá favorecer o trabalho com diversos assuntos relacionados à infância e à adolescência posteriormente.

Peça de Teatro

Título: “Atitudes que Fazem a Diferença”.

Personagens: Florista, Andreia, Paula, Pedro, João, André, Professor, Professora, alunos.
Cena 1
Florista (com o regador) – Sabe o que estou fazendo? Regando uma amendoeira. A amendoeira é uma planta interessante. No inverno, as suas folhas e flores secam e caem. Mas ela renasce e logo volta a florir e a produzir, quando as demais flores ainda não dão qualquer sinal de vida.
(Vai saindo de cena)

Cena 2
(composta de professora e alguns alunos)
Professora: Agora, vocês podem passar para a atividade no final unidade 1.
Paula: Ana, você me empresta o lápis de cor vermelha?
João: Eu empresto para você. Toma.
Paula: Quem foi que falou com você?
João: Eu só queria ajudar.
Paula: Cala a boca.
(Todos saem de cena)

Cena 3
Pedro: No final de semana nós vamos jogar contra um time do meu bairro. Nós precisamos de mais um jogador. Alguém se interessa?
João: Eu quero.
Pedro: Você, não. Não quero nenhum “perna de pau” no meu time.
(Pedro ri e, em seguida, alguns colegas da sala riem também)
André: Eu posso jogar no seu time, João?
Pedro: Pode. Se precisar de carona, eu passo em sua casa. É caminho mesmo.
André: Não quero atrapalhar.
Pedro: Não vai atrapalhar nada.
(Todos saem da sala, ficando apenas João)
André: Então tá combinado.
(Os demais saem, ficando apenas João em cena)
João: (Falando em monólogo): Eu queria apenas que eles me aceitassem. Por mais que eu me esforce, eles só me maltratam. Não sei o quanto ainda vou aguentar.
(Senta, cobre a cabeça com as mãos, debruçando sobre os joelhos)

Cena 4
(Ocorre o diálogo entre duas jovens)
Andreia: Como vai?
Paula: Bem. Quer dizer, não muito bem. Acho que não me sinto muito disposta para ir à escola hoje.
Andreia: O que aconteceu.
Paula: As coisas não estão muito bem lá em casa. O meu pai perdeu o emprego. A minha mãe está com problemas de saúde. É muito conflito para a minha cabeça. Acho que não vou aguentar.
Andreia: Você parece mesmo desanimada. Onde está aquela amiga cheia de sonhos, que pensava em ser veterinária?
Paula: Do jeito que as coisas vão, já nem sei mais.
Andreia: Amiga, você não pode pensar desse jeito. Quando a gente perde a esperança, é difícil encontrar motivação para prosseguir. Você percebeu quantas amigas nossas estão assim como você? Eu estava fazendo uma pesquisa sobre ao assunto. Então, vou falar o que aprendi. Você está com um problema, todos na vida temos problemas de vez em quando. Então, vou ler para você alguns princípios que encontrei em minha pesquisa:
(Lendo)
1º princípio: aceitação. Isso significa que temos que reconhecer o problema. Negar o problema não o fará desaparecer.
2º princípio: abandone atitudes ineficazes. Todos nós temos nossos desafios. Não vai melhorar nada fazer os outros sofrerem porque estamos sofrendo.
3º princípio: recursos internos. É a nossa capacidade de passar pela situação sem nos desesperarmos. Você diz para si mesma que é capaz de suportar. Diz que vale apena lutar pelos seus sonhos. Diz que a vida, apesar dos problemas, vale a pena ser vivida.
4º princípio: recursos externos. Conte com as pessoas que você conhece, com seus familiares e amigos. E, se precisar de orientações, procure os profissionais que poderão ouvi-la e orientá-la.
5º princípio: persistência. Continue em frente, mesmo quando sente que isso é difícil.
6º princípio: pense em seus objetivos e o quanto será bom alcançar os seus sonhos.    
Então, vamos à escola?
Paula: Sim. Acho que estou me sentindo melhor agora.
(Saem de cena).

Cena 5
(As duas amigas tornam a entrar em cena, chegando à escola, onde estão o professor e alguns alunos).
Professor: (...) Dizem que era um cavalo de idade avançada, e que caiu em uma vala profunda. Em vez de tirá-lo dela, o dono achou que não compensaria o custo. Chamou alguns conhecidos, que começaram a jogar terra sobre o cavalo, que a princípio relinchou, como querendo pedir socorro. Depois de um tempo, vendo que deveria fazer algo, porque ficar parado não iria ajudá-lo em nada, o cavalo levantou. A cada pá de terra que jogavam para dentro da cova, ele sacudia a que caia sobre suas costas. Aos poucos, a terra acumulada e pisada pelo animal foi formando algo parecido com degraus. Ao se dar conta da possibilidade, o animal rapidamente saiu da cova, trotando em direção a sua liberdade. Assim é a vida.  Cada desafio que encontramos pode servir como a pá que sepulta nossos sonhos, ou como os degraus que nos levam em direção aos nossos objetivos. Depende de como reagimos aos desafios.  
(saem de cena)

Cena 6
Andreia: Então, o que você achou da aula hoje?
Paula: Achei que a escola tem uma importância em nossas vidas, maior do que eu imaginava. Para alcançar nossos sonhos precisamos aprender não apenas os conhecimentos, mas também as atitudes corretas diante da vida.
Andreia: Como não desanimar diante dos desafios.
Paula: Claro, lutar pelos nossos sonhos, apesar dos obstáculos que surgirem. Respeitar as outras pessoas, tentando nos colocar no lugar delas, para compreender que elas também podem estar sofrendo.
Andreia: Tchau amiga. Até a aula de amanhã.
Paula: Tchau e obrigada.

Cena 7
Florista: (Regando) A vida pode até não ser perfeita, ou como nós gostaríamos que fosse. Mas se você persistir diante dos desafios. E se você continuar regando seus sonhos, mesmo naquelas horas que se parecem com os invernos da vida, com certeza seus sonhos irão florir, assim como a amendoeira. 

Fim

Observação: Para a elaboração da cena 5, nos inspiramos em uma história disponível em: http://www.vozesdapaz.com.br/mensagens/2017/03/a-historia-do-cavalo/



















quarta-feira, 22 de março de 2017

A Investigação do Talento nas Séries Iniciais



Para a investigação da presença de AH/SD, conforme terminologia oficial no Brasil, seguimos, no presente caso, as características mais comuns presentes no comportamento desses indivíduos, conforme apontadas por Cupertino (2008):
- Capacidade para compreender pontos de vista de outras pessoas;
- Facilidade para interagir com outras crianças e adultos;
- Grande interesse por livros e outras fontes de conhecimento;
- Senso de humor;
- Habilidades de pensamento criativo;
- Atitude não conformista;
- Elaboração de respostas inteligentes e incomuns para sua idade;
- Autoconfiança na interação com os demais;
- Responsabilidade com os seus compromissos;
- Empatia com outras pessoas;
- Tendência a questionar regras e procedimentos.
- Autonomia, compromisso e nível elevado de energia em relação aos assuntos de seu interesse;
- Autonomia e pouca dependência dos adultos para aprender;
- Motivação intrínseca, com pouca necessidade de motivação externa para se envolver em atividades de seu interesse.

Primeiro exemplo de identificação de AH/SD em Crianças das Séries Iniciais:

F. tem 7 anos e foi encaminhado para a avaliação, com hipótese de apresentar AH/SD. Ao longo da entrevista com responsáveis, foram obtidas as seguintes informações. Na ocasião em que a gravidez ocorreu, o genitor tinha 44 anos de idade e a genitora 35. A criança é o único filho do casal. A descoberta da gravidez foi acompanhada de grande alegria pelos genitores e por suas famílias. Porém, especificamente em relação à responsável, os primeiros momentos foram caracterizados por sentir “medo”. A criança nasceu após ter decorrido sete meses do período gestacional, sendo a prematuridade natal ocasionada por um susto sofrido pela genitora, que apresentou pressão arterial elevada na ocasião do parto. A criança nasceu pesando 1.600 gramas e ficou internada por 20 dias para ganhar peso. Falou aos nove meses e andou com 14 meses.
Começou a fazer os primeiros rabiscos aos dois anos de idade. Está tendo bons resultados em relação aos seus progressos no aprendizado. O aprendizado da escrita gerou ainda mais interesse pela leitura de livros de dinossauros e outros assuntos de seu interesse. É descrito pela genitora como sendo uma criança focada e que não gosta de ser atrapalhada quando está realizando estudos. Inclusive, implica com os colegas da classe se os eles fazem bagunça ou se envolvem em situações de desorganização, quando, por causa disso, a professora tem que chamar atenção da turma. Desde a época do parquinho apresenta comportamento diferenciado em relação à sua capacidade de se concentrar e envolver-se com assuntos de seu interesse. Apresenta independência para a realização de questões do dia a dia.
É uma criança tranquila, gosta de brincar, tem interesse por dinossauros, matemática, futebol, arte, computador e coisas relacionadas a robôs. Sobre as competências artísticas demonstradas pelo educando, os responsáveis relataram que há várias pessoas na família que apresentam habilidades para desenhar.  Outras características apresentadas pela criança são as seguintes:
Gosta do espaço escolar. É “taxativo”, ou muito responsável diante de seus compromissos. Não gosta de filmes ou jogos relacionados à violência. Impressiona-se quando pessoas usam tom de voz alto, mesmo que não seja em relação a ele. Sensibiliza-se ao perceber pessoas ou animais serem mal tratados, mesmo que em situações fictícias. Apresenta empatia com situações envolvendo seus colegas. Numa dessas ocasiões, quando a turma recebeu um novo colega com deficiência, fechou os olhos em uma das situações escolares, para experimentar como se sente alguém privado do sentido da visão.
Em relação aos aspectos relacionados às AH/SD verificados na anamnese com os pais, foi utilizado o modelo de entrevista com checklist. De acordo com as informações levantadas na ocasião, foi possível perceber a presença de vários indicadores de AH/SD.
- Capacidade para compreender pontos de vista de outras pessoas;
- Facilidade para interagir com outras crianças e adultos;
- Grande interesse por livros e outras fontes de conhecimento;
- Autonomia, compromisso e nível elevado de energia em relação aos assuntos de seu interesse;
- Senso de humor;
- Habilidades de pensamento criativo;
- Atitude não conformista;
- Elaboração de respostas inteligentes e incomuns para sua idade;
- Autonomia e pouca dependência dos adultos para aprender;
- Motivação intrínseca, com pouca necessidade de motivação externa para se envolver em atividades de seu interesse;
- Autoconfiança na interação com os demais;
- Responsabilidade com os seus compromissos;
- Empatia com outras pessoas;
- Tendência a questionar regras e procedimentos.

Segundo Exemplo de Identificação de AH/SD nas Séries Iniciais:

N. tem 8 anos e 4 meses e atualmente está cursando o segundo ano escolar. Foi encaminhado para avaliação psicopedagógica com a hipótese de apresentar características de AH/SD. Primeiramente, foi realizada a entrevista com os responsáveis. Nesse momento, foram referidos as seguintes informações.  N. é filho único. Quando a genitora engravidou, os genitores não eram casados, mas estavam em relacionamento estável. A gravidez foi tranquila. N. nasceu de nove meses, pesando 3.125 gr. Foi amamentado até os dois anos de idade. Os marcos do desenvolvimento neuropsicomotor foram alcançados em idade precoce. A entrevistada afirmou que, na pré-escola, N. movimentava-se bastante, comunicava-se mais frequentemente e “gostava de chamar a atenção dos colegas”.
Sobre os aspectos de seu desenvolvimento cognitivo, a genitora o definiu como sendo “mais rápido”, em relação ao que é esperado para sua idade e a seus pares. Sempre foi muito incentivado pelas leituras que a genitora realizava para ele e, a partir dos seis anos de idade, também para a área da música, pois o padrasto toca vários instrumentos musicais.
O desenvolvimento traz algumas preocupações à genitora, pois esta expressou ter “medo” de “soltá-lo”, afirmando que “se soltar demais, ninguém segura”, evidenciando que a criança demonstra grande iniciativa e pouca necessidade de motivação externa para desenvolver coisas de seu interesse. 
Atualmente, N. identifica-se com assuntos relacionados à ciência e, recentemente, alcançou o terceiro lugar em um concurso de ciências promovido por empresa desta cidade. Na ocasião em que recebia atendimento de outros serviços, a especialista apresentou à genitora a hipótese de que N. fosse superdotado. Atualmente, em sala de aula, conclui suas atividades com rapidez. Ao terminá-las, usa o tempo livre para ler um livro que mantém com esse objetivo.
Por meio da aplicação de checklists para a verificação das AH/SD (altas habilidades/superdotação), pode ser observada a presença de interesse para coisas relacionadas à tecnologia, criatividade para a criação de músicas e histórias e vocabulário avançado para a sua idade.
Também foi possível perceber a presença de boa capacidade para interagir com crianças de diferentes idades, envolvimento com diversas fontes de conhecimento (livros, pesquisas no computador), presença de senso de humor, curiosidade em saber como as coisas funcionam, iniciativa, compromisso com a tarefa, autoconfiança, interesse por atividades de leitura e pintura e boa capacidade de comunicação.

Conclusão

Após terem sido realizadas a entrevista com responsáveis e observação direta dos educandos, concluiu-se que os mesmos apresentavam vários indicadores que justificariam o atendimento das crianças, de acordo com o critério “Altas Habilidades/Superdotação”. Assim, após a avaliação, sugeriu-se à escola que os educandos fossem encaminhados à Sala de Recursos Multifuncionais.
Outro aspecto importante no atendimento dos responsáveis foi a verificação da presença de questões de natureza afetiva, presentes na fala das genitoras, as quais demandariam a necessidade de especial atenção por parte da equipe escolar, para favorecer o desenvolvimento das crianças.  

Consulta
CUPERTINO, Christina Menna Barreto.  Um olhar para as altas habilidades: construindo caminhos. São Paulo : FDE, 2008.