terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Momento Psicopedagógico em Horário de Estudo Coletivo. Tema do Encontro: Os Desafios da educação e a Educação para os Desafios Atuais





Dinâmica Inicial: Relaxamento

 

Desafios da Atualidade

 

A Necessidade de Investimento em Sustentabilidade

 

As pesquisas científicas atuais alertam para algumas circunstâncias que envolvem aspectos relacionados à sustentabilidade dos recursos necessários à espécie humana. Alguns deles são:

a)    O aumento da população mundial. Dentro de uma década teremos um bilhão de pessoas a mais habitando o planeta;

b)    Os custos da agricultura para o meio ambiente são elevados, exigindo grande quantidade de terra para o plantio e de água, além do uso de fertilizantes em grande quantidade;

c)    O ser humano precisará encontrar formas de alimentar a população mundial de modo mais eficiente do que o usado atualmente. Algumas pesquisas já sugerem a possibilidade de obter proteína por meio de culturas alternativas, com menor prejuízo para os recursos naturais, como menos consumo de água;

d)    Já se pesquisa o desenvolvimento de micro organismos em laboratório, para geração de combustíveis menos agressivos ao planeta, para processar a limpeza de fontes naturais e até possibilitar a alimentação de seres humanos.

 

Trabalhar com a Perspectiva da Identificação do Talento

 

                Considerando a universalidade da oferta educacional, quase todas as pessoas passam pela escola. Com o enfoque na educação para a dotação e o talento, ficará mais fácil encontrar pessoas que possam contribuir socialmente para a superação das condições atuais que caracterizam os desafios da humanidade. Cientistas como Craig Venter, coordenador do projeto Genoma Humano, na década de 1990, entre outros, trabalham sobre questões de grande relevância para a humanidade. Pessoas dotadas de grande potencial intelectual podem trazer contribuições por meio de suas descobertas, em decorrência das repercussões sociais que elas promovem. A educação precisa aderir ao desafio de encontrar e contribuir para o desenvolvimento na perspectiva da dotação e do talento.

 

O Educador E Sua Contribuição Social

 

“Observando, guardando na memória, transmitindo essa experiência aos outros, já se combate a desumanidade. ‘Compreender, escreve Germaine Tillion, é uma profunda vocação de nossa espécie, uma das metas de sua emergência na escala da vida’ (...) Saber e fazer saber são uma forma de manter-se humano. Assim, essa ação também tem uma dimensão moral. Em que consiste ela? Não é que o indivíduo melhore a si mesmo dando-se uma atividade espiritual, mas um mundo mais inteligível é um mundo mais perfeito; contribuir para isso é visar o bem da humanidade” (Todorov,1995, p. 111-112).

 

Aumentando a Consciência Sobre Nosso Valor Pessoal 

 

“O herói é o contrário do fatalista, está do lado dos revolucionários e em oposição aos conservadores” (...) (Todorov, 1995, p. 14).

 

Pessoas Resilientes

 

No livro citado, Todorov apresenta relatos de pessoas que, vivendo em situações muito adversas, e privadas de liberdade, planejavam reuniões secretas para poderem discutir sobre literatura. O conhecimento, a possibilidade da fruição estética, uma vez adquirida, é algo que não pode ser tirado por outro. A educação muda a forma como uma pessoa percebe a vida.

                A responsabilidade do educador é grande, em decorrência da repercussão que sua prática apresenta para a construção de uma sociedade mais justa e da possibilidade de despertar as potencialidades de indivíduos que trarão grandes contribuições para a coletividade. Educadores devem ter em mente que suas contribuições afetam diretamente as próprias condições da vida em sociedade. Educar é um fazer essencial.

 

Investindo na Inteligência Emocional

 

Em muitos momentos podemos nos sentir fragilizados diante de algumas circunstâncias. O que é mais relevante para você na forma como se sente em relação à sua profissão? Que sentimentos você experimenta diante dessas situações? Reflita sobre as afirmações a seguir:

a)    Penso que o salário do educador está defasado.

b)    Acho que ocorre falta da oferta de formação profissional em minha área.

c)    Sinto que o meu trabalho não me traz realização pessoal.

d)    Sinto-me realizado, mas acho que as pessoas não valorizam o profissional de educação.

e)    Sou otimista em relação às mudanças. O que eu faço traz repercussões diretas para a vida coletiva.

f)     Sou feliz com a profissão que escolhi.

g)    Acredito que faço diferença na vida das pessoas que educo.

h)   Algo faz com que me sinta muito feliz em ser educador (a).

i)     Vejo as mudanças com ceticismo. Afinal, a educação tem pouca influência para gerar mudanças no mundo.

 

Momento para Discussão e Apresentação das Conclusões.

 

Bibliografia

Revista Exame. Edição 1030, ano 46, n° 24, de 05/12/2012. Editora Abril.

Sonntag, Robert. A arte de diminuir a tensão. São Paulo: Paulinas, 2001.

Todorov, Tzvetan. Em face do extremo. Campinas (SP): Papirus, 1995.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Atendimentos Psicopedagógicos: Um Caso Envolvendo Dificuldades de Leitura e Escrita




 

“J” é uma criança de oito anos idade, que cursa o terceiro ano escolar. Tem encontrado dificuldades para progredir em relação ao aprendizado de leitura e escrita. De acordo com sua responsável, foi apenas no presente ano que começaram a ser observados alguns progressos nesse sentido. Durante os anos anteriores a criança esteve sob a responsabilidade da avó materna. Às vezes J demonstra comportamentos agressivos em relação a seus colegas, sem razão aparente.

 Ao iniciarmos os atendimentos de J, propusemos uma atividade com jogos psicopedagógicos. Entre as coisas que procuro evitar é a avaliação do conhecimento escolar no primeiro momento. Weiss (2008, p. 56) sugere atenção nesse sentido. A experiência nos mostra que a avaliação do conhecimento escolar durante o primeiro atendimento não é uma boa opção, pois poderá ocasionar atitudes defensivas, gerando desinteresse por parte do avaliado em relação às atividades apresentadas.

Nesse sentido, penso sobre como alguns discursos vão sendo assimilados durante a nossa formação e acabam se transformando em parte do nosso modo de agir profissionalmente. A ideia de que há um tema recorrente por detrás das diversas situações vivenciadas pelo sujeito é uma questão a que procuro estar atento e que vem de outra leitura. Precisamos observar as linguagens expressas em atendimento, o que envolve a comunicação verbal e também a corporal. Observo, no primeiro momento, como é a forma de se posicionar diante do desafio surgido em situação lúdica. Durante alguns atendimentos, em trabalho com crianças inteligentes, mas inibidas, você pode perceber o tema recorrente em diversas situações. Numa dessas situações de atendimento, a aprendente afirmou que não aceitou fazer parte de um time de futebol, quando convidada por seus colegas, para não prejudicar o desempenho da equipe. Pouco depois, disse que em situações em que deveria ler em voz alta, começava a gaguejar e por isso evitava a leitura coletiva. O tema recorrente nessas situações é a insegurança. Já presenciei inúmeros casos parecidos, em que a convivência com os colegas de turma ou o posicionamento diante dos desafios do aprendizado apresentaram mudanças significativas após o investimento em orientações e a parceria com os educadores, resignificando o papel do erro e do desafio no processo do aprendizado.

No caso de J, especificamente, pareceu não haver uma situação caracterizada por uma dificuldade global. Era no âmbito escolar que a dificuldade se instalara. A coragem diante do desafio em situação lúdica não lembrava o aluno diante das dificuldades escolares. Também havia uma visão muito negativa das próprias potencialidades, chegando mesmo a fazer avaliações muito pessimistas de sua capacidade de aprender. Mencionou ainda, em certa ocasião, que acreditava que ninguém gostava dele na escola. Foi observado em situação de aplicação de prova piagetiana, com teste adequado à sua idade, cumprindo as expectativas desse momento de seu desenvolvimento. Com frequência, tinha dificuldade em dizer o dia da semana. A leitura dos numerais da ordem da centena não era feita adequadamente. Nas leituras que eram feitas para ele, sempre percebia intencionalidade, interpretando e dando respostas inteligentes para as questões apresentadas. No entanto, também era muito comum o uso de estratégias de adivinhação das palavras durante a leitura, o que o levava frequentemente a ler palavras diferentes das que estavam no texto. Além disso, era constante a prática de dizer “coisa” em vez dos nomes reais dos objetos. Na escrita, havia uma confusão na hora de usar determinadas letras cujos sons mudam conforme o contexto, como ao escrever “Gapão”, em vez de Japão. Aparentemente, em decorrência das próprias circunstancias de sua criação, parecia haver uma carência em relação a ser encorajado e poucas vezes alguém deveria ter valorizado suas realizações intelectuais. Nas ocasiões em que isso era feito, reagia muito bem ao reconhecimento obtido.

Embora muitos meninos de sua idade já realizassem leitura com fluência na língua materna, J continuava lendo de modo vagaroso, com muitas pausas e confusões relacionadas a letras de formas parecidas. Nesses casos, perguntava, às vezes, coisas como: “se a barriga da letra está para este lado, é d ou b?” À medida que os atendimentos prosseguiam, continuamos trabalhando com jogos, como Torre de Hanói, Barricade, Senet e Damas, entre outros, mas com ênfase em jogos relacionados à leitura. Em tais situações, foi possível observar aspectos como atenção, atitude diante dos erros e desafios surgidos à medida que a sua complexidade aumentava e a maneira como lidava com a perda. Para trabalhar a consciência fonológica, propus um jogo que eu mesmo desenvolvi, com figuras que apresentavam objetos cujos nomes iniciavam com grafemas representando o mesmo som. Trabalhamos com rimas, aliterações e apresentamos atividades que ajudavam a desenvolver a atenção para os aspectos da lateralidade envolvendo a leitura. Sua consciência fonológica desenvolveu-se rapidamente. O reconhecimento rápido das letras de forma parecida continuou sendo um dos aspectos que dificultavam a sua leitura e que teve que continuar sendo trabalhado. Para acostumá-lo a prestar atenção aos movimentos envolvidos na produção dos sons, foi providenciado um conjunto de cartas que conhecemos pelo nome de “método das boquinhas”. Fizemos algumas pesquisas sobre atividades que poderiam ser trabalhadas durante os atendimentos. No atendimento seguinte, entregamos pequenos pedaços de papel em tiras, contendo palavras que deveriam ser dispostas numa ordem específica para formar uma frase que fizesse sentido.

 

Depois passamos para a leitura de um poema do livro “a arca de Noé”. Ao longo dos atendimentos, vieram muitos outros títulos, como A chegada do invasor e O rei Gilgamesh, que estiveram entre suas leituras favoritas. Foi possível observar que as dificuldades de leitura existentes traziam consequências para outros aspectos, como aqueles relacionados ao léxico. Muitas das palavras encontradas durante as leituras dos textos ofereciam dificuldades em vista de não serem conhecidas. O vocabulário de alguém que não lê com frequência permanece mais restrito, como de fato é o de J. Muitas palavras não encontradas no dia a dia, presentes nos textos lidos, soavam-lhe estranhas. Gastava um bom tempo repetindo-as para si mesmo e depois perguntava pelos seus significados. Foi possível perceber que a fonte das letras impressas, assim como o estilo das mesmas, também poderia interferir na fluência da leitura. Quando as letras de um texto eram escritas em maiúsculas, isso influenciava significativamente a qualidade da decodificação apresentada.            

Ao longo do período em que ocorreram os atendimentos, mudanças significativas foram sendo percebidas. Conforme foi retomando sua autoconfiança, o interesse pela leitura foi surgindo. Combinamos que no próximo atendimento a leitura seria feita após a visita à biblioteca da escola, e que o livro lido nesta data seria escolhido por ele. Embora tivessem ocorrido poucos atendimentos até aquele momento, percebeu-se que a velocidade de leitura começa a mostrar evolução significativa. A presença de notações léxicas no texto costumava apresentar dificuldades. Em certo momento, pergunta como ficava o “a” com o “~” em cima. Nos estudos feitos sobre dificuldades de leitura e dislexia tenho lido que a correção deve ser possibilitada imediatamente após a ocorrência do erro. Aproveito, então, para reforçar a explicação, oferecendo exemplos de várias palavras em que surge o referido sinal. O fato de estar perguntando sobre notações léxicas demonstrava que seu interesse pela leitura estava aumentando. Dava a impressão de que começava a ver a leitura como algo que começava a fazer sentido. Não era só quanto ao ritmo da leitura que demonstrava evolução. Podia-se perceber melhora significativa com relação à autoestima e à motivação apresentadas para os estudos. Na escola, estava mais feliz e comunicativo.

Continuando os atendimentos com ênfase sobre as atividades de leitura, trabalhamos com jogos de adivinhação. Foram apresentadas frases do tipo: “Girafa é uma palavra que possui três sílabas. Existe uma ave cujo nome tem três sílabas, duas das quais é a segunda sílaba de girafa. Que ave é essa?” (Arara). Trabalhamos, no mesmo atendimento, jogos para exercitar a consciência fonológica e fonêmica. Por exemplo: “O que teremos se trocarmos a primeira letra da palavra PAZ pela letra F?”. “Como fica a palavra CARAMELO se eu pronunciar sem a segunda sílaba?”. “Encontre uma palavra que rima com CARTAZ”. Atividades como essas e as demais desenvolvidas tinham o objetivo de propor reflexões sobre a língua escrita.

Outros aspectos foram sendo observados à medida que os atendimentos iam ocorrendo. Um deles diz respeito à atenção. Notamos que era comum apresentar um comportamento desatento. Já nos primeiros atendimentos fiquei intrigado com o modo como o aluno respondia uma pergunta feita pela primeira vez. Em muitas ocasiões, a resposta parecia não ter relação com o que havia sido perguntado. Apresentada pela segunda vez, a resposta esperada ocorria quase sempre. Entre as intervenções necessárias, evidentemente poderia contribuir para ajudá-lo a intervenção pedagógica feita por meio de leituras em voz alta. Muitos alunos não leitores ou leitores lentos são capazes de apresentar bom conhecimento de mundo, sem que consigam, muitas vezes, decodificar adequadamente um texto. Quando não há atenção especial para esses casos, os alunos acabam prejudicados. Pensemos sobre como nós, leitores experientes, muitas vezes recorremos à releitura quando uma questão não nos pareceu clara o suficiente para ser respondida. Nesses casos, sempre relemos. Quando a releitura não for possível, não deveria ser possibilitada por um leitor mais experiente, quando necessária?

Nos atendimentos seguintes, voltamos a trabalhar sobre os sons, com jogos como Trinca dos Sons. Adaptei esse jogo de outro que uso com frequência, o jogo Trinca dos Animais. A ideia do jogo é formar trios com figuras de objetos e/ou animais que iniciem com o mesmo som. Algumas figuras que usei foram: bola, dente, navio, nave, dedo, tocha, vassoura, dado, tatu, teia, vela, peixe, foice, faca, música, pipa, maça, nuvem, foca, pato, vaca. Escolhi as figuras por serem mais comuns e evitarem ambiguidade na hora de identificá-las. Em seguida, passamos para a leitura e recontagem de histórias. Como ele não tinha muita prática nesse sentido, a princípio pareceu um pouco relutante. Depois que eu mesmo realizei essa atividade com duas histórias curtas, aceitou recontar uma história que li em voz alta. Em determinados momentos, tomava a iniciativa de ler um trecho de um livro de seu interesse. “J” afirmou durante o último atendimento: “Agora é sério, eu estou aprendendo a ler mesmo”. Disse que estava praticando a leitura diariamente em casa, com os livros que emprestava da biblioteca.

Certamente será necessária muita atenção às dificuldades que ainda existem. No entanto, é inegável que avanços significativos foram feitos. A observação dos progressos identificados durante os encontros realizados nos motivam a continuar investigando sobre formas de atender tais demandas. Também nos conscientizamos de que a formação continuada é uma necessidade que se impõe à prática de qualquer profissional da educação, e que essa formação se faz no diálogo entre os estudos teóricos e nossa prática diária.

Qualquer intervenção realizada diante de situações de baixo desempenho escolar se caracteriza por sua complexidade. As pessoas são diferentes em suas aptidões, criações, valores, aspirações e numa infinidade de outras situações que caracterizam a singularidade humana. No caso em questão, buscamos focalizar as estratégias psicopedagógicas empregadas para realizar a intervenção. No entanto, estamos cientes de que as dificuldades do aprender não ocorrem de maneira isolada. Pelo contrário, envolvem todas as dimensões da pessoa que aprende. Por esse motivo, ao trabalhar com a oferta dos serviços necessários, é importante que as ações contemplem os aspectos afetivos e relacionais do aprendente. Também é importante que se ofereça apoio aos responsáveis, pois muitas vezes o sofrimento daquele é vivenciado por esses.

E também podemos pensar sobre o quanto é importante o desenvolvimento de ambientes institucionais humanizados para que o aprendizado se estabeleça dentro de um ambiente capaz de estimular no ser humano a capacidade de acreditar em seu valor e em suas potencialidades, aspectos diretamente relacionados ao aprender, em nosso modo de entendê-lo.

Não há justificativa alguma para o fracasso na educação de uma criança inteligente, que mesmo assim esteja se mostrando incapaz de progredir no aprendizado da língua materna, embora tenha dedicado três anos da vida aos bancos escolares. A realização de diagnósticos e intervenções individualizadas é a única forma de auxiliar essas crianças em seu aprendizado. Para que seja evitado sofrimento e prejuízo à sua autoimagem, esse acompanhamento deve ter caráter preventivo, iniciado o mais cedo o possível. Parafraseando uma frase que ouvi, podemos dizer que quando o aluno não aprende do modo como é ensinado, é preciso ensiná-lo de modo como pode aprender.

 

Pesquisa Bibliográfica

 

LEVINE, Melvine D. Educação Individualizada: motivação e aprendizado sob medida para seu filho. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

LINS, Guto. Cadê. São Paulo: Globo Livros, 2009.

PERRAULT, Charles. Contos e fábulas. São Paulo: Iluminuras, 2007.

SOUZA, Flávio de. A chegada do invasor: São Paulo: Editora FTD, 1994.

WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.

 ZEMAN, Ludmila. O rei Gilgamesh. Porto Alegre: Editora Projeto, 1999.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

As Chances São Melhores para Aqueles Que Planejam


Para começar...

Conta-se que em certa ocasião um velho contador de histórias percorria uma aldeia do interior do Japão, quando avistou uma escola onde se ensinava a arte samurai. Cansado da jornada daquele dia e faminto, desejava poder encontrar um lugar seguro onde pudesse passar a noite e receber uma porção de arroz para saciar sua fome.

Conhecendo o costume do local, sabia que poderia obter aquilo de que necessitava se desafiasse algum dos alunos da escola para um duelo, cuja competição seria feita usando espadas de madeira. Era mais um hábito local que não costumava resultar em consequências graves para os desafiantes.

Olhando por alguns momentos para o Dojo onde estavam reunidos o mestre e seus discípulos, o velho rapidamente elaborou um plano. Desafiaria para o combate o experiente samurai, em vez de um de seus pupilos. Também exigiria que o combate fosse travado com espadas de aço, em vez usar armas de madeira.

Assim pensando, aproximou-se da academia, onde foi recepcionado por um dos alunos, que lhe perguntou o que poderia fazer por ele.

_ Vim aqui para desafiar seu mestre para um combate com espadas, replicou o velho.

_ Porque não desafia um dos alunos iniciantes?

_ Não. Pretendo travar um combate com espadas de verdade.

Assim dizendo, o jovem não viu alternativa, senão comunicar ao mestre o desejo do visitante.

Diga-lhe que aceito seu desafio, falou o samurai ao seu aluno.

Finalmente, quando todos estavam reunidos para assistir a luta e seus olhares pasmos denunciavam a expectativa de um final trágico para o combate, ambos os oponentes se posicionaram para dar início ao duelo com suas espadas. Foi nesse momento que o velho se aproximou do oponente, colocou a sua espada no chão e disse ao samurai:

_ Há, num país distante daqui, um rio mágico. Nele vive um peixe que viaja por lugares distantes, onde os seres falam e lhe contam fatos que seus olhos jamais sonhariam ver. As coisas que lhe são ditas, por sua vez, ele narra a um homem que vive numa cabana às margens do rio encantado, que por sua vez fica sabendo dos hábitos inusitados dos moradores desses lugares fantásticos. Esse viajante dos rios contou ao ribeirinho, entre outras coisas, como um guerreiro de uma tribo indígena enfureceu os deuses com seu desprezo pelos homens e pelas divindades. O guerreiro não perdia a oportunidade de exercer violência contra pessoas e animais, apenas com o fim de provar sua superioridade. E essas atitudes foram a razão de ter sido transformado em um peixe que vive no grande rio do Ocidente.

Nesse ponto da narrativa, o samurai estava completamente absorto pelos fatos que ouvia e, sem se dar conta, mantinha a guarda totalmente aberta, ficando vulnerável a um golpe fatal, caso se tratasse de um verdadeiro combate.

Ao se dar conta do que havia acontecido, o samurai olhou para seus alunos e disse:

_ Prepare tudo aquilo de que esse homem necessitar para que sua estada seja confortável. Ofereçam-lhe também uma refeição digna de um convidado de honra.

Sem saber ao certo o que passava pela cabeça do samurai, um dos alunos se aproximou e disse:

_ Mestre, seu adversário não desferiu um golpe sequer.

_ Eu sempre disse a vocês que no momento da luta um guerreiro deve estar concentrado no combate, vivendo no momento presente. O meu adversário arrebatou minha atenção com as coisas que me disse, me levando para outros tempos e lugares. Caso estivesse empunhando sua espada, ele poderia ter facilmente desferido um golpe com sua katana contra mim, se quisesse. Além disso, me mostrou que a verdadeira força vem do respeito que os homens demonstram pelos seus semelhantes. Por isso, julgo que ele me venceu.  

    

A Gestão de Conhecimentos e o Planejamento

 

O conceito de “competir” não deixa de causar a impressão de certa dose de belicosidade. E “entrar em concorrência simultânea” é uma das definições presentes no mini dicionário Houaiss para a definição do verbo. Em termos de negócios, equivale à luta simbólica. Uma vitória num seguimento se faz pela capacidade de planejar, pela qualidade dos produtos e serviços oferecidos, pelo atendimento aos clientes, entre outros aspectos. Assim, há vários fatores que devem ser observados para que haja vantagens diante da concorrência.

De acordo com Xavier (1998, p. 8-9), nos dias atuais,

“o conhecimento e a informação são privilegiados geradores de riqueza. Equivalem a ativos como máquinas, dinheiro, prédios, terra, estoques. Mais que isso, é um ativo privilegiado, numa era em que tudo muda rápida e intensamente e os grandes aparatos econômicos de ontem hoje passam a não oferecer nenhum valor estratégico. É na verdade o único ativo que se mantém capaz quando todo o mais entra em crise”.

 

Outras pesquisas recentes têm acentuado que:

 

 “O ambiente de negócios atua em um cenário globalizado, competitivo e amplamente influenciado pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), implicando uma constante adaptação das empresas com relação às manifestações do macroambiente, quais sejam, políticas sociais, econômicas, tecnológicas, entre outras” (VALENTIM org. p. 319).

 

A gestão proativa volta-se para o conhecimento de aspectos relativos a determinado seguimento, além da observação das mudanças que ocorrem no ambiente externo. Nesse contexto, informação e conhecimento constituem os alicerces que possibilitam a gestão. A interpretação do que ocorre no macroambiente permite compreender o modo como tais mudanças afetam as organizações. Mas apenas o acesso ao conhecimento não constitui garantia de sucesso organizacional. O conhecimento de um dado oferece vantagem à organização quando pode ser interpretado. Pode até acontecer que um dado relevante nem mesmo seja percebido como tal, na ausência da possibilidade de interpretação.

A dinâmica da informação percorre três momentos, criando significados, construindo conhecimentos e permitindo a tomada de decisões ao fim do processo. No primeiro caso, consiste em identificar a dinâmica do ambiente e interpretar o seu sentido, visando uma ação. No segundo, combinam-se os conhecimentos tácito e explícito visando à criação de novos conhecimentos. Por fim, os passos referentes aos dois procedimentos iniciais possibilitam a realização do terceiro, ou seja, decidir qual ação será adotada para corrigir ou aprimorar pontos analisados. Esse enfoque recebe o nome de “abordagem holística” ou “ecologia da informação” (op. cit. p. 324).

Os modos como os gestores devem lidar com a informação são variados, podendo envolver “dados quantitativos, fatos, relatórios, até uma argumentação, discussão, etc” (p. 325). Também envolve desde fontes pessoais, como colegas da organização, ou impessoais, como publicações impressas e outros meios, como rádio e televisão.

Dentro do âmbito organizacional, pode-se considerar os diversos tipos de informação, como aquela de natureza estratégica, que destina-se a auxiliar no processo de tomada de decisões e de planejamentos a médio e longo prazo. Além dessas, há as informações de natureza financeira, comercial e também a informação voltada para a gestão de pessoas.

Quantos aos tipos de Fontes, podemos destacar:

Fontes primárias: relatórios produzidos dentro da própria empresa.

Fontes secundárias: enciclopédias, livros, dicionários, anuários etc. As fontes secundárias geralmente são consultadas para organizar a avaliar as fontes primárias.

Fontes terciárias: tem a função de guiar o usuário para as fontes primária e secundária: bibliografias, catálogos coletivos, guias de literatura, etc.

           

Conclusões

 

            Manter fontes de registro bem organizadas pode contribuir em muitos sentidos para a dinâmica de uma organização, pois a informação envolve todos os aspectos internos e externos referentes à mesma, constituindo-se em matéria prima valiosa para inserir mudanças positivas dentro do funcionamento da organização. Podemos concluir que o modo como as organizações lidam com a informação assume um papel central para o desenvolvimento das mesmas frente ao atual cenário comercial, caracterizado pela competitividade e pelo ritmo acelerado em que as transformações acontecem.

 

Bibliografia

 

HOUAISS, Antônio. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.

VALENTIM, Marta (org.) Gestão, mediação e uso da informação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

XAVIER, Ricardo de Almeida Prado. Capital intelectual: administração do conhecimento como recurso estratégico para profissionais e organizações. São Paulo: STS, 1998.

 

Fabio Alexandre Pereira – escritor e assessor psicopedagógico.

Contato: e-mail: pfabioalexandre@yahoo.com.br.

 

 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Eu interpreto, tu concordas, nós nos entendemos


A metamorfose final é a humanização da natureza. É uma questão de amor: a transformação do Urso em Príncipe no momento em que o urso é amado. A identificação é uma mudança de identidade; a magia é o amor (Norman O. Brown).

 

A infância, por si só, é uma época mágica. Na ausência de brinquedos fabricados, a criatividade infantil se encarrega de prover aquilo de que sua imaginação necessita para a construção de mundos idealizados. Basta um pedaço de madeira e eis um cavalo pronto para cavalgar terras desconhecidas.  

Acredito que esse potencial imaginativo passou por muito tempo despercebido dos espaços escolares. O resultado é que para muitas pessoas, o ingresso na vida escolar não constitui um período que tenha resultado em lembranças felizes. O contato inicial com esse novo mundo foi, muitas vezes, cheio de expectativas, que aos poucos foram abandonadas.

A memória, lá pelos quarenta anos, ainda mantém fresca a lembrança dos cheiros e das imagens que impressionaram nesse período. São coisas simples, como um livro sendo tirado da embalagem para ser usado pela primeira vez. Ou de uma música ensinada para toda a turma. Exceto isso, não são muitas as lembranças de situações em que tenha havido a valorização da espontaneidade. Ouvir histórias envolventes, interessantes, representá-las, assumir o papel dos personagens, conversar sobre elas, cedia lugar ao lápis, ao caderno e ao apontador, instrumentos exclusivos para promoção do aprendizado. Creio que isso não nos permitiu desenvolver todo nosso potencial criativo. E que talvez, também por isso, a escrita só aconteça a muito custo.

O problema com a leitura naqueles tempos era que, em vez de as histórias serem encaradas como obra aberta, que possibilitassem a expressão de várias opiniões, como algo para ser lido e compreendido com a razão e com os sentimentos, era encarada mais como algo para se compreender de uma única forma. Quem sabia o que uma lenda, conto ou poesia significava era o livro didático. Não havia espaço para o exercício do senso crítico ou da imaginação. Os papéis diante da leitura escolar eram tão rígidos que se um aluno expressasse diante dos demais sua opinião sobre uma história lida coletivamente, logo se ouvia expressões de reprovação pela sala. Era um cochicho aqui, uma risada ali e uma crítica acolá. O resultado disso era que a gente ia aprendendo a guardar para nós mesmos as nossas opiniões. Verdadeiro paradoxo de uma escola que deveria estimular a participação coletiva, tendo em vista a formação para o exercício da cidadania em uma sociedade democrática.

Que recurso precioso é o potencial humano. Lendo um livro que me chegou às mãos (Corso, 2011), encontro uma discussão sobre o tema das fantasias infantis. A história O Jardim Secreto atravessa gerações e está cheia de material que os autores abordam com muita propriedade.

A discussão que fazem sobre a referida história me fez relembrar que foi a pobre Mary, “cantando e contando histórias, como nunca ninguém conseguiu antes” (p. 901), que ajudou a consolar seu primo Colin. Mary, como Sherazade, possui um poder muito especial para envolver a imaginação de seu ouvinte.

“É dessa maneira que a criança deixa-se convencer daquilo que ela mesma imaginou e acaba transformando-se pela experiência exterior que produz efeitos interiores, sendo que ela é, por sua vez, a representação de uma fantasia interior” (p. 911).

Particularmente, acredito que a imaginação é um dos recursos mais poderosos do ser humano, pela possibilidade de fazê-lo feliz e potencializar os instrumentos que vão permitir sua participação na vida coletiva. Conheço histórias de pessoas reais que superaram momentos críticos em suas vidas por meio da expressão artística, como a dança e a escrita.

A imaginação é a mediadora entre o mundo real e o mundo possível. Ela nos faz entrar em contato com realidades idealizadas. É ela que está por trás das grandes invenções humanas. Ainda assim, é um recurso natural, à disposição de todos nós.

“Um território mágico é um lugar onde se vivem aventuras nas quais por vezes nos parecemos de modo diferente daquilo que vemos no espelho e onde somos capazes de fazer coisas impossíveis na realidade, e ainda encontrar lugares, personagens e objetos concretamente existentes” (idem).

Pode ser que exista em cada um de nós a necessidade de vivenciar outros mundos, melhores e mais felizes, como um antídoto natural de que a natureza nos dotou para nos fazer buscar a nossa própria transformação em seres melhores.

 

Bibliografia

CAMPBELL, Joseph (org). Mitos, sonhos e religião: nas artes, na filosofia e na vida contemporânea. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

CORSO, Diana Lichtenstein; CORSO, Mario. A psicanálise na terra do nunca: ensaios sobre a fantasia. Porto Alegre. Editora Penso, 2011.

domingo, 12 de janeiro de 2014

PSICOMOTRICIDADE






Um olhar global sobre o desenvolvimento

 

Dinâmica inicial:Triângulo Mágico.

 

Recursos materiais necessários: cartelas com numeração, bambolês para a formação dos triângulos.

Recursos humanos necessários: seis integrantes para cada equipe.

 

Equipe amarela: triângulo “11”

Equipe vermelha: triângulo “13”

 

Objetivo: concluir a atividade antes da equipe adversária.

 

Questões para discussão:

No tipo de atividade anterior, a ênfase esteve na competição ou na colaboração. Após discutir a questão, um representante de cada equipe apresenta as conclusões de seu grupo.

 

Observação do desenvolvimento psicomotor

 

O desenvolvimento de algumas habilidades básicas, bem como a constatação de sua ausência, tornará possível realizar ações educacionais. No último caso, se nada for feito, haverá repercussões para o aprendizado em geral. O olhar do educador deve ser sensível às necessidades do educando.

 

Observação de algumas habilidades

 

Coordenação motora fina;

Enfiagem de cordão;

Encaixe de blocos;

Unir dez clips em sequência;

Observar a utilização da tesoura;

Observar como segura o lápis.

 

Observação de habilidades de motricidade grossa

 

Coordenação motora grossa, equilíbrio e postura.

 

Manter a imobilidade apoiado sobre apenas um pé por trinta segundos;

Chutar uma bola parada;

Chutar uma bola em movimento.

 

Dinâmica para a observação da relação do corpo com o espaço físico

 

Recursos materiais: venda para os olhos de dois ou mais participantes.

 

Recursos humanos:

 

Participante 1. Tarefa: dar dez passos para trás e cinco para frente, chegando ao ponto inicial;

       Participante 2. Tarefa: dar algumas voltas em torno do quadrado delimitado no chão e depois tentar fazer o mesmo percurso com os olhos vendados.

 

Observações de algumas habilidades em situações lúdicas

 

Brincadeira em que o professor vai dando comandos como “mão direita no tornozelo esquerdo”, indicador esquerdo na tíbia direita. Ir aumentando a velocidade à medida que as crianças compreendem as noções de direita e esquerda.

 

Observação de algumas habilidades relacionadas à lateralidade.

 

Quando a noção de lateralidade é compreendida em relação a si mesmo, pode-se fazer a mesma brincadeira com um colega, para promover a compreensão da lateralidade oposta

 

 

A importância da observação e acompanhamento individualizado

 

É importante que o professor tenha uma ficha de observação individual para acompanhar a evolução das habilidades básicas ao longo do ano, o que permitirá diagnosticar os alunos com maior dificuldade e elaborar planos individualizados de intervenção. Além dos aspectos anteriormente mencionados, a observação poderá verificar as características relacionadas aos seguintes fatores:

 

Tônus, atenção e freio inibitório

 

Algumas brincadeiras permitem observar esses aspectos, ao exigirem atenção e freio inibitório (correr em torno das cadeiras e sentar-se quando a música parar).

O tônus muscular pode ser observado ao propor atividades com bolas de diferentes tamanhos e pesos, quando será possível observar a precisão do movimento e a força empregada para realizá-lo.

 

Observação de algumas habilidades relacionadas à escrita

 

Com os braços estendidos na horizontal, abrir e fechar as mãos sem forçar a musculatura;

Afastar e aproximar os dedos;

Piparotes;

Garra;

Afastamento e aproximação do polegar em relação à mão;

Orelhas de coelho;

Esquilo;

Patas de mosca.

Jogos que possibilitem mirar objetos parados;

Fazer o mesmo com objetos em movimento.

 

Todos os aspectos anteriores, ao serem trabalhados, irão favorecer a propriocepção.

 

Associação de conteúdos de sala a atividades físicas

 

Exemplo: os alunos formam uma roda. O professor fica no centro e joga uma bolinha para um dos alunos sentados. Após pegar a bolinha o aluno responde uma pergunta relacionada a algo que foi desenvolvido na aula daquela data. É importante tranquilizar os alunos para usarem suas palavras sem preocupação.

Esse tipo de atividade possibilita o desenvolvimento dentro de uma perspectiva psicomotora, pois ajudará a superar a inibição e desenvolver a oralidade. Também auxiliará numa postura mais reflexiva sobre as atividades de jogos em grupo, reconhecendo a importância da cooperação, além de promover noção de espaço e a realização de atividades de caráter óculo-manual.

 

Importância da psicomotricidade

 

Até os seis ou sete anos, a criança encontra-se em uma situação de globalidade. Seus sentimentos e sua expressão corporal manifestam-se como uma única linguagem. Por isso, quando o professor trabalha com crianças nessa faixa, a brincadeira é um recurso pedagógico imprescindível. Por exemplo, a encenação de uma história levantará questões como: identificação com um personagem, maneira como se porta em relação a ele, como o compreende, que emoções lhe suscitam, etc.

Durante as brincadeiras é possível observar aspectos relacionados à função clônica (sustentação do corpo, postura) e função tônica, movimento (ritmo, velocidade, força, equilíbrio, dominância lateral), mobilidade corporal (hipoativa, hiprativa), interesse pela brincadeira.

 

Sugestão de atividades

 

Estruturação espeçotemporal

Pedir ao aluno para estimar quantos passos serão necessários para chegar até determinado ponto.

Pedir ao aluno para estimar quanto tempo necessitará para chegar ao ponto definido.

 

A noção de espaço

 

Vários aros (bambolês) são dispostos na quadra, com espaço de mais ou menos meio metro entre eles. Cada dupla ocupa um aro. Um integrante com seu pé esquerdo dentro, o outro com o pé direito. O professor dá um sinal e os alunos começam a se movimentar entre os aros, tentando não se chocarem entre si durante a movimentação.

 

Exercício de velocidade em equipe

 

Quatro aros são dispostos distantes entre si. Cada equipe é composta de quatro alunos, que se alinham em relação a um aro. O primeiro integrante de cada equipe fica dentro do aro. Ao sinal do professor, o que está dentro do aro corre para um lado da quadra e deixa uma bolinha de malabarismo. Assim que a bolinha é deixada no local definido (cada equipe se movimenta em uma direção na quadra, partindo do centro), o integrante retorna e o segundo aluno vai buscar a bolinha. O terceiro vai levá-la e retorna, o quarto integrante vai buscá-la. A equipe cujo último integrante voltar primeiro, vence.

 

Tonicidade em relação ao espaço

 

Formar trios, compostos de um arremessador, um oponente e um receptor. O arremessador fica de um lado do aro, enquanto que o receptor fica do outro. O oponente fica no centro do aro, entre os dois, tentando pegar a bola que é arremessada. Permite o desenvolvimento da noção de regulação de força e altura do arremesso, em relação ao receptor, desenvolvendo a noção de espaço pelo emprego de habilidades oculomanuais.

 

Fortalecendo a lateralidade e dominância

 

Delimitar um espaço, dividindo-o em quatro partes iguais. Dar ao educando uma bola e pedir-lhe que arremesse acima e à esquerda, abaixo e à direita, acima e à direita, abaixo e à esquerda. Com a evolução da habilidade, ir aumentando a velocidade dos comandos.

 

Jogos cooperativos de inversão

 

Para que a ênfase não esteja sempre na competitividade, pode-se realizar algumas atividades como as seguintes:

 

Os jogadores mudam de time após a execução de uma meta (goal);

O time que marca o gol pontua para o time adversário (observar as atitudes dos educandos quanto a isso, para ver se ocorre alguma resistência);

Inversão total

Quando o goleador fizer o gol, passa para o outro time e leva a pontuação para a equipe que passa a integrar.

 

Desenvolvendo habilidades de precisão

 

Membros inferiores

 

Recurso material: providenciar bolas de diferentes tamanhos e pesos;

Dispor os alunos sentados em círculo;

Pedir que iniciem a atividade de passar a bola para o colega do lado usando apenas as pernas. Ir reduzindo o tamanho da bola à medida que os alunos forem aumentando as habilidades para realizar a atividade.

 

 

Bibliografia

Arnaiz sanchez, pilar. A psicomotricidade na educação infantil: uma prática preventiva e educativa. Porto alegre: artmed, 2003.

Correia, marcos miranda. Trabalhando com jogos cooperativos: em busca de novos paradigmas em educação física. Campinas, sp: papirus, 2006.

Gallardo, jorge sergio pérez. Prática de ensino em educação física: a criança em movimento. São paulo: ftd, 2009. 1 ed.

Le boulch, jean. Educação psicomotora: psicocinética na idade escolar. Porto alegre: artmed, 1987.