Uma das atribuições do trabalho
psicopedagógico consiste em desenvolver estratégias visando à prevenção de
dificuldades acentuadas no desenvolvimento, tanto quanto possível. Ao
acompanhar os estágios do desenvolvimento, torna-se possível desenvolver ações
que identifiquem os aspectos em atraso e possibilitem ações para a correção
dessas dificuldades. Isso é importante, pois evita a percepção tardia dos
aspectos em que a intervenção se faz necessária e favorece a implementação de
ações antes que o atraso se torne muito distante do que se espera em cada
idade. A criança demonstra ter adquirido os marcos do desenvolvimento
dos períodos anteriores? Caso não os tenha adquirido, será necessário estimular
a criança para que sejam desenvolvidos. A seguir, apresento os principais marcos
para o desenvolvimento durante o primeiro e segundo ano de vida:
De 0 a 3 Meses
a) Consegue se acalmar ao chorar, com
intervenção da mãe, que o alimenta, nina e acaricia?
b) Interessa-se pelo rosto humano?
c) Sorri às vezes?
d) Interessa-se por objeto em movimento?
e) Interessa-se por sons?
f) Presta atenção especial à voz de sua
mãe?
g) Emite ruídos guturais?
h) Diferencia as diferentes entonações
utilizadas na fala adulta?
i) Brinca com os sons que consegue emitir?
j) Reage a estímulos auditivos, tais como
sinos, buzinas, campainhas?
k) Dorme entre 16 e 20 horas por dia?
l) Quando segurado em pé, realiza
movimento de marcha?
m) Assusta-se e estende o braço quando
cai para trás?
n) Consegue acompanhar com o olhar os
objetos em movimento?
o) Ergue e mantém a cabeça erguida por
alguns instantes?
De 3 a 6 meses
a) Sorri quando estás na presença de um
rosto adulto?
b) Consegue apalpar, chupar e morder?
c) Explora o próprio corpo?
d) Demonstra ser capaz de reconhecer sua
mãe de modo especial?
e) Demonstra curiosidade e interessa-se
pelas coisas?
f) Demonstra evolução no repertório de
vocalizações?
g) Escuta atentamente ao ouvir alguém
falar?
h) Deixa de se movimentar ao ouvir alguém
falar?
i) Balbucia sons?
j) Quando brincam de esconder da criança,
ela sorri?
k) Reconhece o rosto da mãe?
l) Inicia a perceber cores vivas?
m) Movimenta a cabeça em direção ao som?
n) Deixa de chorar quando ouve a voz
materna ou familiar?
o) Dorme em média 5 horas durante o dia e
12 horas à noite?
p) Demonstra ter evoluído na capacidade
de sustentar a cabeça?
q) Tenta alcançar objetos com as mãos?
r) Vira-se no berço, sem ajuda?
s) Estende os braços em resposta a ação
do adulto para alcançá-la?
De 6 a 9 Meses
a) Demonstra apego especial pela sua mãe?
b) Identifica o rosto de outras pessoas
da família?
c) Demonstra angústia e receio na
presença de estranhos (esperado para a idade)?
d) Consegue expressar, por meio do rosto,
várias emoções?
e) Repete os sons que pronuncia ou que
ouve outros pronunciar?
f) Emite algumas sílabas?
g) Gosta de brincar de esconde-esconde?
h) Distingue algumas expressões ao olhar
no rosto materno?
i) Dorme 4 horas durante o dia e 12 à
noite?
j) Alcança objetos com a mão?
k) Coordena os movimentos das mãos, pés e
boca?
l) Consegue, às vezes, sentar-se sem
ajuda?
m) Consegue arrastar-se e engatinhar?
De 9 a 12 Meses
a) Consegue brincar de esconde-esconde
com sua mãe?
b) Demonstra preferência por alguns
brinquedos em relação a outros?
c) Explora o ambiente onde se encontra?
d) Anda e engatinha, distanciando e se
reaproximando de sua mãe?
e) Expressa emoções por gritos e gestos
variados?
f) Atende pelo seu nome quando lhe chamam?
g) Compreende o significado de “não”?
h) Imita sons emitidos por adultos?
i) Pronuncia “mamãe”, “papai”?
j) Dorme em média 3 horas durante o dia e
11 horas à noite?
k) Demonstra ter aperfeiçoado as
habilidades manuais em relação ao estágio anterior?
l) Usa os dedos polegar e indicador em
forma de pinça?
m) Consegue ficar sentado mantendo as
costas retas?
n) Tenta ficar de pé e quando consegue
mantém-se erguido?
o) Sua evolução possibilita que dê os
primeiros passos?
Pode-se estabelecer como
parâmetros as habilidades/períodos de aquisição apresentados no Guia
Portage (Tisi, 2010).
Entre 12 meses até 18 meses?
a) Demonstra capacidade de locomover-se
sem apoio?
b) Demonstra intencionalidade, movendo,
jogando coisas ou objetos?
c) Compreende ordens simples, como “não”,
“dá”, “põe”, etc?
d) Reconhece, pelo uso de palavras
simples, as coisas a que elas se referem, como roupas, partes do corpo,
alimentos, brinquedos?
e) É capaz de emitir os nomes de pessoas
de seu convívio diário, como “mamãe”, “papai”, etc?
f) Consegue usar copo para beber?
g) Segura a colher e outros objetos
pequenos com preensão palmar?
h) Relaciona-se com outras crianças?
i) Consegue calçar meias, sapatos, pente
e escova de dentes?
j) Consegue apertar objetos, dobrando os
dedos?
Entre 18 e 24 Meses
a) Consegue subir escadas?
b) Consegue associar coordenação ampla e
equilíbrio dinâmico, saltando sobre pequenos obstáculos?
c) Estabelece interação com outras
crianças?
d) Consegue alimentar-se sem ajuda?
e) Consegue vestir-se?
f) Reconhece algumas formas?
g) Rabisca espontaneamente?
h) Tem iniciativa para escovar os dentes?
Aquisições Esperadas para
o 2º Ano de Vida
a) Consegue fazer uso de uma xícara,
segurando-a pela asa ao beber?
b) É capaz de subir escadas (sem alternar
os pés) e descer (alternando os pés)?
c) Consegue andar nas pontas dos pés?
d) Consegue andar para traz?
e) Consegue ficar por breve momento sobre
um só pé?
f) Demonstra evolução em relação ao
equilíbrio dinâmico e motricidade ampla, melhorando a capacidade de saltar
sobre objetos?
g) Começa a imitar o traçado na vertical?
h) Demonstra evolução quanto à autonomia
para o uso de objetos do dia a dia, tais como pente, escova de dentes, garfo?
i) Tenta imitar gestos realizados pelos
adultos?
j) Consegue enfiar contas em um barbante?
k) Consegue encaixar cubos de diferentes
tamanhos?
Observações
Motricidade: De 2 meses aos 3 anos (“etapa do corpo
vivido”). A criança locomove-se com agilidade e simetricamente, porém os seus
movimentos são desarmônicos. Tem necessidade de movimentar-se e explorar o meio
(Tisi, 2010).
Grafismos: fase do realismo fortuito surge por volta dos 2 anos de idade. Os
grafismos ocorrem sem intenção da criança de representar algo, porém ao os
fazerem, descobrem que os mesmos se parecem com algo que já conhecem, os quais
nomeiam depois de realizados os grafismos (Merédieu, 2006).
Bibliografia
MÈREDIEU, Florence de. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 2006.
MORA, Estela. Psicopedagogia infanto-adolescente V. 1. Editora Cultural S/A. S/d.
TISI, Laura. Estimulação precoce para bebês. Rio de Janeiro: Sprint, 2010. 2 ed.
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