1.Título
A
Participação de Estagiários de Cursos Superiores na Instituição Escolar e Suas
Contribuições para o Desenvolvimento Integral dos Educandos.
2.Objetivo Geral
Oferecer
serviços complementares e/ou suplementares ao desenvolvimento integral dos
educandos.
3.Objetivos Específicos
Desenvolver,
no dia a dia escolar, ações que promovam a valorização da convivência coletiva
harmoniosa, a responsabilidade e o autocuidado.
4.Palavras-Chave
Educação
integral, serviços de apoio, parceria, estagiários.
4. Justificativa
Os
profissionais que atuam no quadro docente da instituição escolar, assim como o
profissional de Psicopedagogia, em certas ocasiões, identificam necessidades
dos educandos que extrapolam os seus campos de conhecimentos e competências
profissionais. Nessas condições, educadores e psicopedagogos podem sentir que o
entrave existente ao atendimento de tais necessidades de seus alunos só poderá
ser superado por meio de encaminhamentos para outras especialidades. Como
exemplo dessa demanda, podem ser citados os casos dos alunos que poderiam ser
beneficiados por meio de orientações provenientes de campos de atuação como a
Odontologia, a Psicologia e a Fisioterapia.
Nesses
casos, a parceria entre a instituição escolar e os órgãos externos que
auxiliarão na realização do diagnóstico do caso pode ser dificultada por conta
de outros fatores, como a fila de espera existente no serviço para o qual o
educando foi encaminhado, o que geralmente repercute na qualidade do
atendimento oferecido.
Por
outro lado, a existência de cursos superiores no próprio município seria um
fator favorável à identificação de recursos humanos que poderiam proporcionar
contribuições nesse sentido, pela possibilidade de estabelecer parcerias com as
unidades escolares, propondo ações capazes de favorecer o atendimento ao
educando, proporcionando contribuições positivas ao atendimento da demanda
identificada nas instituições.
Assim,
juntamente com um diagnóstico adequado das necessidades institucionais
realizada pelo profissional de Psicopedagogia, a atuação dos estagiários poderia
favorecer a implementação de ações positivas, quanto ao atendimento das
necessidades identificadas junto ao corpo discente, com ações de orientação de
educandos em pequenos grupos. Essa linha de atuação poderia auxiliar na redução
da fila de espera existente nos serviços públicos da área da saúde. No caso da
instituição, também poderia favorecer a redução da ansiedade existente em
relação a que se inicie o atendimento psicológico dos educandos encaminhados,
bem como a melhora no clima institucional, em decorrência da realização de
ações tendo em vista a resolução de conflitos de convivência entre os
educandos.
5. Introdução
O
desenvolvimento integral do educando constitui um tema bastante antigo, cujo
interesse remonta ao filósofo grego Aristóteles, de acordo com Gadotti (2009,
p. 21). No Brasil esse assunto vem sendo retomado desde o movimento educacional
pelos pioneiros da educação nova, de 1932 (op. cit., p. 22). Iniciativas como o
projeto das Escolas Parque, de Anísio Teixeira, na década de 1950, seguem essa
linha (op. cit., p. 23). Posteriormente, a criação dos CIEPS (Centros
Integrados de Educação Pública), durante a primeira gestão de Leonel Brizola
(1983-1987) como governador do Rio de Janeiro, incluiu a prestação de serviços
médicos e odontológicos aos alunos nas dependências escolares (op. cit., pp.
24-25).
Marcos
legais importantes sobre a infância e a adolescência, como o que se observa no
Art. 1º da Lei 9394, de 20-12-1996, trouxeram uma compreensão da educação como
um processo que transcende o espaço físico da instituição escolar, uma vez que:
“A educação
abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais”.
Dessa
maneira, a instituição escolar tem procurado compreender o desenvolvimento do
educando dentro de uma perspectiva global. Nesse sentido, a tarefa da escola
poderia ser executada de modo mais satisfatório pela articulação com outros especialistas,
que poderão contribuir com os demais serviços relacionados à oferta de ações
que concretizem esses direitos fundamentais.
A
articulação da vida escolar com os recursos comunitários tem sido um tema de
interesse atual, com algumas iniciativas cujos resultados são considerados satisfatórios,
como ocorreu com o jovem município de Ariquemes (R0), que contribuiu para o
desenvolvimento profissional dos jovens que participaram de projetos como
voluntários, assim como o Programa Bairro Escola de Nova Iguaçu, que contou com
a participação de voluntários entre estudantes de ensino médio e superior, ação
que potencializou o uso dos recursos que já existem naquela comunidade
(Gadotti, 2009, p. 68-71).
Dessa
maneira, acreditamos que a inserção de estagiários na vida escolar poderia
resultar em uma prática capaz de agregar ao cotidiano escolar esforços
importantes para a promoção integral do desenvolvimento educacional dos alunos
das escolas públicas municipais, favorecendo a execução
de ações para a promoção dos cuidados físicos e emocionais dos educandos.
6.Metodologia
A
metodologia da pesquisa-ação constitui uma abordagem metodológica adequada ao
projeto aqui proposto, pois de acordo com Severino (2007, p. 120):
“A pesquisa-ação é aquela que,
além de compreender, visa intervir na situação, com vistas a modificá-la. O
conhecimento visado articula-se a uma finalidade intencional de alteração da
situação pesquisada. Assim, ao mesmo tempo que realiza um diagnóstico e a
análise de uma determinada situação, a pesquisa-ação propõe ao conjunto de
sujeitos envolvidos mudanças que levem a um aprimoramento das práticas
analisadas”.
Seguindo
a abordagem definida anteriormente, o presente projeto realizará as ações
descritas adiante. A partir de entrevistas com a equipe gestora e profissionais
do quadro docente, o profissional de Psicopedagogia realiza um levantamento de
temas mais relevantes e que necessitam ser desenvolvidos junto ao alunado.
Esses temas poderão ser considerados de acordo com a área dos estudos superiores
dos estagiários. Após ter sido realizado o levantamento das necessidades
existentes, o profissional de Psicopedagogia da instituição poderia discutir as
ações possíveis, juntamente com o estagiário, bem como o melhor momento para a
realização e o número de intervenções, de acordo com as necessidades dos
professores de sala comum, do educando e do próprio estagiário. À medida que o
projeto for se desenvolvendo, será possível realizar as adequações que possam
ser necessárias, como triagem, formação de grupos e dispensa de alunos que já
tenham atingido os objetivos dos encontros.
7. Atividades
Após o
levantamento escolar e a formação dos grupos:
Os estagiários
da área da Psicologia poderão desenvolver ações em pequenos grupos, com
reflexões sobre temas sugeridos pelos professores das turmas participantes,
tais como reflexões sobre autoestima, convivência com as diferenças,
autocuidado, resiliência, entre outros.
Os estagiários
da área da Pedagogia poderão desenvolver ações em pequenos grupos ou em sala de
aula, discutindo estratégias sobre a importância da formação de hábito de
estudos, estratégias para melhor aproveitamento dos estudos, o desenvolvimento
do hábito de leitura, etc.
Os estagiários
da área da Odontologia poderão desenvolver ações em pequenos grupos ou em sala
de aula, informando sobre a importância dos cuidados bucais e o modo adequado
de realizá-los, além de triagens relacionadas às condições bucais e sugestão de
encaminhamentos, quando necessários.
8. Acompanhamento, Avaliação e
Disseminação
O
acompanhamento dos alunos poderá ser realizado pelo professor de sala comum ao
profissional de Psicopedagogia, que poderá realizar a triagem dos casos de
acordo com as queixas recebidas. Quanto aos grupos formados, poderá registrar
os aspectos quantitativos e qualitativos das ações desenvolvidas pelos
estagiários, discutindo com os mesmos as adequações possíveis.
9. Finalização
O
projeto será concluído pela elaboração um relatório final, após discussão
realizada com os integrantes do projeto, a fim de registrar os avanços obtidos
no atendimento à clientela escolar e os resultados observados, para a análise e
adequações posteriores.
10.
Bibliografia
Brasil. [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB : Lei
de diretrizes e bases da educação nacional : Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. – 13. ed. –
Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2016. – (Série legislação ; n.
263 PDF)
Brasil.
Estatuto da Criança e
do Adolescente: (Lei n. 8069, de 13-7-1990). São Paulo: Saraiva, 2005.
GADOTTI,
Moacir. Educação Integral no Brasil: inovações em processo / Moacir
Gadotti. -- São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009. --
(Educação Cidadã; 4)
SEVERINO,
Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: cortez, 2007. 23 ed.