Descrita,
inicialmente, no ano de 1886, pelo médico Langdon Down, a Síndrome de Down
corresponde a uma condição decorrente de fatores cromossômicos específicos,
sendo também denominada trissomia 21. Algumas das características físicas
percebidas nesse caso podem ocorrer também em parte da população (5%) não
diagnosticada com a SD.
É
necessário dedicar atenção à pessoa com SD, para auxiliar seu desenvolvimento
de modo global, uma vez que essa condição se apresenta juntamente com certas
deficiências que podem ser diagnosticadas nos primeiros momentos do
desenvolvimento, que envolvem a esfera intelectual, psicomotora e estatural. Nesse
sentido, a estimulação precoce é necessária na perspectiva do acompanhamento,
da prevenção e do fortalecimento neuropsicomotor. A realização de parcerias
entre família, educadores e demais profissionais envolvidos no atendimento da
criança é um fator que trará grandes contribuições ao seu desenvolvimento. É importante
não fragmentar o olhar necessário aos cuidados dedicados ao desenvolvimento da
criança com SD, pois algumas das necessidades podem envolver o espaço do lar,
bem como o escolar. Pensemos, por exemplo, no caso da criança diagnosticada com
a doença celíaca. Nesse caso, além do acompanhamento médico, um nutricionista
ajudaria a elaborar um cardápio necessário para atender as necessidades
alimentares da criança. Por outro lado, pensemos nas adequações necessárias ao
trabalho pedagógico com crianças diagnosticadas com SD e que apresentem outras
condições, como cardiopatia (50%), ou perda auditiva (75%). As necessidades
decorrentes desses diagnósticos exigiriam, ainda, o diálogo entre profissionais
da saúde e educador físico, envolvidos no trabalho com o educando. Outros
profissionais, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais poderiam
auxiliar, oferecendo informações relacionadas às condições posturais, bem como
ao mobiliário necessário ao atendimento das necessidades da criança em cada
situação de aprendizagem. Dentro de uma perspectiva inclusiva, a oferta de
atividades diferenciadas poderia ser planejada de modo a beneficiar todos os
alunos, em vez de apenas delimitar as atividades das quais a criança com SD
poderá participar com a turma (em vista dos riscos de lesões). Também seriam
necessárias orientações aos educadores, sobre estratégias pedagógicas capazes
de favorecer as condições de ensino e aprendizagem (oferta de materiais
específicos, localização do educando em relação aos educadores para favorecer a
intervenção, etc).
O
atendimento das necessidades decorrentes da diversidade existente no espaço
escolar nos leva adotar uma perspectiva inter e multidisciplinar, realizando
interações com profissionais de várias especialidades. Uma atitude positiva em
relação à diversidade traz várias vantagens, pois favorece a criação de espaços
de educação permanente, levando os profissionais a buscarem os saberes
necessários ao atendimento de cada criança atendida pela instituição escolar.
Ao proporcionar a atenção individualizada necessária, a prática educacional
encontra-se com o ideal da sociedade democrática, favorecendo a ampliação das
possibilidades de atuação dos educandos no espaço coletivo, quando o sujeito
passa a ser percebido dentro das singularidades relacionadas às suas
necessidades e potenciais.
Bibliografia
Brasil.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à
pessoa com Síndrome de Down. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.